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Crise de imagem profissional do médico: como gerenciar e prevenir
Em um mundo em que tudo está sendo filmado a todo momento e que cada vídeo ou foto é compartilhado e roda o mundo em segundos, nenhum médico está imune a uma crise de imagem. Bastam poucos minutos para que uma situação mal explicada ou mal interpretada tome proporções gigantescas nas redes sociais e na internet. A reputação que levou anos para ser construída pode ruir em uma única postagem.
Mas o que muita gente não entende é que uma crise de imagem não nasce necessariamente de um erro do médico. Ela pode vir de um mal-entendido, um cliente insatisfeito, uma fake news ou até mesmo ausência de posicionamento, então o importante não é somente saber como lidar com o impacto, mas como reagir com estratégia e profissionalismo.
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O que caracteriza uma crise de imagem?
Uma crise de imagem acontece quando a reputação do médico é colocada em dúvida. Essa dúvida não precisa ser sobre a capacidade técnica do médico, mas pode ser uma dúvida sobre o caráter ou o profissionalismo do médico.
Então, comentários negativos em redes sociais, exposição de um atendimento feito às pressas ou sem demonstração de empatia, resposta impensada a um comentário, são atos que podem comprometer a imagem do profissional. E a percepção pública desse ato é o que define a gravidade da crise e não o ato em si.
Por isso o médico precisa estar atento aos sinais como aumento de mensagens hostis, perda de seguidores, perda de pacientes, dentre outros. Identificar a crise cedo é o primeiro passo para solucioná-la.
O que alimenta uma crise de imagem?
Curiosamente o que mais alimenta a crise de imagem é não fazer nada, o silêncio. Quando o médico não se manifesta ou demora para se posicionar, abre brecha para especulações ou proliferação de críticas, então a omissão pode tornar difícil conter a crise lá na frente.
Outro fator é a falta de preparo para lidar com críticas públicas (porque cedo ou tarde essas críticas irão acontecer). Respostas agressivas, tom hostil ou sarcástico e justificativas apressadas podem piorar o cenário.
Além disso, a falta de gestão de reputação prévia pode tornar o impacto mais grave. Quem constrói presença digital sólida e humanizada tem mais facilidade para contornar crise de confiança.
Qual a importância do marketing médico em tempos de crise?
Quando falamos em marketing, a primeira coisa que vem na cabeça de grande parte das pessoas é propaganda para gerar venda de algo, mas o marketing é muito mais do que isso. É uma ferramenta importante de posicionamento e confiança. Em tempos de crise, uma boa presença digital pode ser o diferencial para passar pelas dificuldades com sucesso.
Exatamente por isso, se o público já conhece o médico, confia nos seus conhecimentos e autoridade e o tem como referência técnica e ética, uma crítica isolada tem menos força. Por isso, o marketing jurídico cria um colchão de credibilidade que pode amortecer impactos negativos.
Além disso, durante a crise, o marketing ajuda na gestão, orientando a comunicação, como se portar e, em parceria com uma boa assessoria jurídica, o que deve ser dito e como.
O que é gerenciamento de crise?
Gerir uma crise é utilizar é utilizar a estratégia para conter danos e restabelecer a confiança. É um processo que envolve diagnóstico, plano de ação e comunicação assertiva.
Na área médica, o gerenciamento da crise exige cuidado redobrado, pois além das obrigações e importância inerente à profissão, há de ser respeitado ainda o Código de Ética Médica. Por isso, o trabalho conjunto entre o médico e o advogado pode ser essencial para restabelecer a confiança e imagem e passar pela crise com o menor dano possível.
Avaliação
Dentro de uma crise de imagem, a avaliação inicial é peça chave. Analisar os fatos, entender o que aconteceu e qual a dimensão do problema é o ponto de partida para conter a crise lá na frente.
Portanto, deve-se entender se a crise tem origem real (como um erro de atendimento) ou se é baseada em mal-entendidos ou informações falsas. Nessa etapa é importante coletar provas e comunicações e mais importante ainda, nada de sair respondendo impulsivamente, a pressa em explicar pode gerar complicações.
Diagnóstico
Depois da avaliação inicial, vem o diagnóstico da gravidade da crise. Algumas crises são pontuais e passageiras e podem se resolver com o tempo ou com uma nota pública bem escrita. Outras, no entanto, podem exigir um suporte jurídico mais completo e uma estratégia de longo prazo.
O Diagnóstico também ajuda a decidir quem falar. Se o próprio médico, assessoria se houver ou o advogado. Nem sempre o silêncio é o melhor caminho, mas falar sem preparo ou de qualquer jeito pode piorar tudo.
Tratamento
É aqui que entra a ação prática. Feita a análise inicial e o diagnóstico da gravidade, é neste momento que serão tomadas as providências, desde respostas claras, comunicação empática e atitudes coerentes, tudo conforme o caso pede. Pedir desculpas quando cabível é importante e não é sinal de fraqueza, mas de humanidade.
Quem se responsabiliza pelo gerenciamento de crises?
Não se pode negar que o médico, especialmente quando ele atua sozinho, é o responsável pela crise e pelo gerenciamento dela, mas isso não quer dizer que deve enfrentar tudo sozinho, pelo contrário: a condução deve ser feita com o apoio técnico, seja de advogados, profissionais de marketing e até assessores de imprensa se for o caso.
Cada um tem um papel na crise. O jurídico garante que nenhuma resposta aumente o risco jurídico. O marketing planeja a comunicação e o tom das mensagens e o médico, como figura central, mantém a coerência e transparência.
O texto continua após o vídeo.
Sozinho o profissional tende a agir com emoção. Um olhar externo e técnico pode ser essencial para tornar mais fácil o caminho para a solução da crise.
Por que investir em marketing médico durante crises?
Quando se está em uma crise de imagem, o marketing não é luxo, mas ferramenta de defesa. A comunicação correta, assertiva e estratégica é o que mantém o médico relevante enquanto se passa pelo caminho da crise.
Durante uma crise não basta apagar incêndios, mas é preciso reafirmar os valores e recuperar a confiança de maneira coesa e assertiva. Exatamente por isso, um bom marketing pode reduzir o impacto de boatos e fake news, auxiliando na recuperação, mesmo que gradual, da imagem do profissional da medicina.
Como fazer a gestão de crise de imagem?
São diversas formas, a depender do caso, mas em regra:
Fortalecimento da presença digital e marca
Ter perfil ativo, atualizado, humanizado e participativo nas redes sociais e plataformas médicas é uma forma de construir autoridade. Quando o médico tem histórico de presença digital com conteúdo firme e correto, qualquer crise tende a ter um impacto menor.
Engajamento e conexão em redes sociais
O médico que se comunica de maneira empática, que cria conexão com o seu público e pacientes, responde dúvidas e mostra um interesse genuíno na relação tende a ter esse público do seu lado em momentos difíceis.
Anúncios no Google e segmentação inteligente
Dentro do que a ética médica permite, durante as crises os anúncios estratégicos podem ajudar a destacar conteúdos positivos, resultados reais e depoimentos de pacientes satisfeitos. Isso ajuda a reequilibrar e resgatar a boa percepção digital.
E-mail marketing e fidelização da base
A base de pacientes e público antigo é o principal patrimônio do médico. Em tempos de crise de imagem, manter o relacionamento ativo através de e-mail ajuda a reforçar a confiança e mostrar que o atendimento segue firme e ético.
Quais as estratégias mais eficazes para consolidar a reputação em crise?
São várias, dentre elas:
Informar e educar o público
Uma das formas mais adequadas de reverter crises é compartilhar informação de qualidade, demonstrando autoridade e ajudando a reposicionar sua imagem. Conteúdos educativos mostram que o médico está comprometido com a saúde de seu público, não com a polêmica.
Comunicação mais humanizada
Humanizar é mostrar o lado real. Um pouco do dia a dia como academia, restaurantes ou algum evento social, indo e vindo do trabalho e situações correlatas, sempre demonstrando que por trás daquele jaleco e daquele registro no CRM, há uma pessoa real
Gestão da reputação online
Ferramentas de monitoramento digital ajudam a rastrear menções, comentários e postagens em nome do médico. Isso permite agir mais rápido evitando que as informações negativas se espalhem mais rápido.
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Além disso, a gestão de reputação se caracteriza pelo processo contínuo de construção positiva da percepção pública, o que envolve o relacionamento sólido com o seu público e solidificação do nome e reputação do médico no ambiente digital.
Cultura de Melhoria Contínua
Toda crise, por mais desagradável que seja, ensina algo. Então, rever processos, ajustar o tom na comunicação, treinar equipe e mudar a forma de agir online são mudanças que fazem parte da reconstrução da imagem.
A cultura da melhoria, então, mostra maturidade e responsabilidade e pode impedir que o problema volte a acontecer.
Implementação de Protocolos de Segurança
Muitos danos de imagem começam com falhas operacionais como um prontuário incompleto, um atendimento com comunicação ruim ou uma conduta mal registrada. Protocolos claros e revisados reduzem drasticamente esses riscos.
Seguros e proteção jurídica
Outro ponto que pode ser importante em uma crise, especialmente quando passa ao âmbito judicial, são os seguros de responsabilidade civil e assessoria jurídica.
Eles não evitam críticas, mas dão suporte caso o problema vire processo. O médico protegido age com mais tranquilidade, sem medo de se expor ou se comunicar.
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Conclusão
Gerenciar uma crise de imagem não é apagar incêndio e seguir como se nada tivesse acontecido: é restaurar confiança. E confiança se constrói (ou se reconstrói) com verdade, constância e preparo.
A medicina moderna exige que o profissional saiba cuidar não só de pacientes, mas também da própria reputação. Comunicação clara, ética, protocolos claros e orientação jurídica são os pilares dessa proteção.
No final das contas, a melhor forma de lidar com uma crise é não a deixar começar.
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Marcela Cunha
Advogada, OAB/SC 47.372 e OAB/RS 110.535A, sócia da Koetz Advocacia. Bacharela em Direito pela Faculdade Cenecista de Osório – FACOS. Pós-Graduanda em Direito Previdenciário pela Escola Superior da Magistratura Federal do Rio Grande do Sul (ESM...
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