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A imagem mostra o torso de uma mulher e de um homem, vestidos de forma formal. Ela está com uma folha de papel nas mãos e ele, com uma caneta. A mulher está quase assinando um documento.

Passo a passo para fazer um Inventário Judicial no Brasil

O inventário é um processo importante para organizar e dividir os bens de uma pessoa que faleceu. Ele serve para garantir que todos os herdeiros recebam a parte que têm direito, de forma justa e seguindo a lei. No Brasil, o inventário judicial é obrigatório em alguns casos, como quando há herdeiros menores de idade ou quando os herdeiros não conseguem chegar a um acordo sobre a divisão dos bens.

Para começar o inventário no tribunal, é preciso estar bem preparado. Isso significa juntar todos os documentos necessários e escolher uma pessoa para cuidar dos bens enquanto o processo acontece.

Se esses passos não forem seguidos corretamente, o inventário pode atrasar, causando mais preocupações e despesas para a família. Além disso, é preciso ficar atento às finanças, como pagar as dívidas deixadas pela pessoa falecida e o imposto sobre a herança, chamado ITCMD.

Outro ponto complicado no inventário são as brigas entre os herdeiros. Quando isso acontece, o juiz precisa intervir para decidir como os bens serão divididos.

Por isso, é muito importante planejar o inventário com cuidado e contar com a ajuda de um advogado experiente, que pode orientar a família e ajudar a resolver o processo de maneira mais tranquila e rápida.

Neste artigo, vamos explicar de forma simples como funciona o inventário judicial no Brasil, quais cuidados tomar, as dificuldades que podem surgir, e por que é tão importante ter o apoio de um advogado.

Nosso objetivo é ajudar quem precisa passar por esse processo a entender melhor cada etapa, evitando problemas e garantindo que tudo seja feito de maneira correta e eficiente.

Cuidados Necessários Antes de Iniciar o Inventário Judicial

Antes de começar o inventário judicial, a família do falecido precisa tomar algumas medidas muito importantes para que o processo aconteça de forma mais rápida e eficiente. Preparar-se adequadamente ajuda a evitar muitos problemas e atrasos, além de reduzir o estresse emocional comum nesses momentos.

Um dos primeiros passos é organizar toda a documentação relacionada ao falecido e aos seus bens. Isso inclui certidão de óbito, certidão de nascimento ou casamento, documentos que provem a propriedade dos bens deixados pelo falecido e registros de contas bancárias ou investimentos. Ter esses documentos em mãos desde o início é muito importante, pois a falta ou desorganização deles pode causar atrasos significativos.

Além de organizar os documentos, é necessário identificar todos os herdeiros e garantir que eles estejam cientes do inventário. Isso inclui filhos, esposa ou marido, e eventualmente outros parentes que tenham direito à herança. No Brasil, a lei garante que todos os herdeiros têm direito à sua parte na herança, e qualquer falha em incluir alguém pode gerar complicações sérias.

Se algum herdeiro for esquecido ou deixado de fora, o processo pode ser questionado na justiça, levando à anulação de parte do inventário ou até à abertura de novos processos, prolongando ainda mais o tempo para a conclusão.

A escolha do inventariante, a pessoa que vai administrar os bens do falecido durante o processo, também é uma decisão muito importante. O inventariante é responsável por representar o espólio – que é o conjunto de bens e dívidas – perante o juiz.

Sua função inclui, entre outras coisas, manter a administração dos bens em ordem, pagar dívidas e prestar contas ao tribunal. Portanto, é fundamental que essa pessoa seja de confiança dos demais herdeiros, pois terá um papel central no inventário.

Em muitas famílias, o inventariante é escolhido entre os herdeiros mais próximos, como a esposa ou marido do falecido ou um dos filhos. É importante que todos os herdeiros concordem com essa escolha para evitar brigas, mas se houver discordância e os herdeiros não conseguirem chegar a um acordo sobre quem deve ser o inventariante, o juiz pode intervir e escolher uma pessoa para essa função.

Em alguns casos, o juiz pode até escolher um inventariante profissional, especialmente se houver desconfiança entre os herdeiros ou se a administração dos bens for particularmente complicada.

Além desses cuidados, é recomendável que a família consulte um advogado especializado em direito de família e sucessões desde o início. Um advogado experiente pode orientar sobre os documentos necessários, ajudar a mediar disputas entre herdeiros e garantir que todas as etapas do processo sejam cumpridas corretamente. Isso não só facilita o andamento do inventário, como também ajuda a evitar erros que possam gerar atrasos ou problemas legais no futuro. 

Em resumo, a preparação adequada antes de iniciar o inventário judicial é essencial para que o processo ocorra de forma mais tranquila e eficiente, garantindo que os direitos de todos os herdeiros sejam respeitados e que a divisão dos bens seja feita de acordo com a lei.

Etapas do Processo de Inventário Judicial

O processo de inventário judicial é dividido em várias etapas, cada uma com seus próprios passos e exigências legais. É importante conhecer cada uma dessas fases para entender como o inventário funciona e quais são as responsabilidades de todos os envolvidos.

A seguir, vamos explicar de forma simples como funciona cada etapa do inventário judicial.

  1. Abertura do Inventário

O primeiro passo para iniciar o inventário judicial é a sua abertura. Esse processo deve ser iniciado no prazo de 60 dias após o falecimento, sob pena de multa se o prazo não for cumprido. Para abrir o inventário, um advogado deve entrar com um pedido oficial no tribunal, solicitando ao juiz que o processo seja iniciado.

Esse pedido oficial, também conhecido como petição inicial, deve conter todas as informações básicas, como a identificação do falecido, uma lista dos herdeiros e uma descrição inicial dos bens deixados. Esse passo é essencial para dar início ao inventário, que só pode seguir adiante após a aceitação do pedido pelo juiz.

  1. Nomeação do Inventariante

Depois que o inventário é aberto, o juiz vai escolher um inventariante, que é a pessoa responsável por administrar os bens durante o processo. O inventariante pode ser um dos herdeiros, normalmente alguém de confiança, ou, em casos de discordância, o próprio juiz pode escolher quem ocupará essa função.

O papel do inventariante é muito importante, pois ele deve cuidar dos bens, manter as contas em ordem e informar ao juiz sobre tudo o que envolve o conjunto dos bens e dívidas deixados pelo falecido. Dentro de um prazo estabelecido, o inventariante deve apresentar as primeiras declarações ao tribunal, listando todos os bens, dívidas e outras obrigações do falecido.

  1. Avaliação e Listagem dos Bens

Com o inventariante nomeado, o próximo passo é avaliar todos os bens que fazem parte do espólio. Isso inclui imóveis, veículos, contas bancárias, investimentos e qualquer outro bem ou direito que o falecido possuía. A avaliação é necessária para determinar o valor de mercado de cada bem, o que é fundamental para calcular quanto cada herdeiro vai receber e também para o cálculo do imposto devido sobre a herança.

Em muitos casos, pode ser necessária uma avaliação especializada, especialmente para bens de maior valor, como imóveis e ações em empresas, e para bens de difícil avaliação, como obras de arte, joias e outros. Esse processo de avaliação é essencial para garantir uma divisão justa entre os herdeiros.

  1. Pagamento de Dívidas e Obrigações

Antes de distribuir os bens entre os herdeiros, todas as dívidas e obrigações deixadas pelo falecido precisam ser quitadas. Isso inclui dívidas bancárias, impostos e qualquer outra pendência financeira. O inventariante é o responsável por administrar esses pagamentos, utilizando os recursos dos bens deixados para saldar as dívidas.

Portanto, a quitação das dívidas é uma etapa fundamental que precisa ser concluída antes de se pensar na divisão dos bens.

  1. Cálculo e Pagamento do Imposto sobre a Herança

O imposto sobre a herança, conhecido como ITCMD (Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação), é um imposto estadual que deve ser pago sobre todos os bens que serão transmitidos. Cada estado tem suas próprias regras e percentual para o cálculo desse imposto, que geralmente varia entre 4% e 8% do valor total dos bens.

O pagamento do imposto sobre a herança é uma etapa obrigatória, sem a qual o processo de inventário não pode continuar. O inventariante, com o apoio do advogado, deve garantir que o imposto seja calculado corretamente e pago dentro do prazo. Esse é um dos momentos mais delicados do processo, pois envolve valores significativos e precisa ser tratado com cuidado para evitar problemas futuros.

  1. Partilha dos Bens

Com todas as dívidas pagas e o imposto quitado, chega o momento de dividir os bens entre os herdeiros. A partilha pode ocorrer de duas formas: amigável ou com discordância. Na partilha amigável, todos os herdeiros concordam com a divisão proposta e o inventariante apresenta esse acordo ao juiz, que o aceita e dá seu aval para que a divisão seja feita conforme o combinado.

No entanto, se houver discordância entre os herdeiros sobre como os bens devem ser divididos, a partilha torna-se litigiosa. Nesse caso, o juiz terá que decidir como os bens serão distribuídos, levando em conta as leis e as particularidades do caso. Esse tipo de partilha tende a ser mais demorado e pode gerar mais gastos.

  1. Aprovação e Emissão de Documento Oficial da Partilha

Depois que a partilha dos bens é aprovada, o juiz emite uma sentença, que é uma decisão oficial confirmando a divisão dos bens entre os herdeiros. Com essa sentença, o inventariante pode solicitar a emissão do formal de partilha, que é o documento necessário para que os herdeiros possam transferir oficialmente a propriedade dos bens para seus nomes.

Por exemplo, para registrar um imóvel no nome de um herdeiro, é preciso apresentar o formal de partilha no cartório de registro de imóveis. Esse documento também é utilizado para transferir a titularidade de contas bancárias, veículos e outros bens móveis. A emissão e o registro do formal de partilha marcam o fim do inventário judicial, permitindo que os herdeiros finalmente tomem posse dos bens que lhes cabem.

Dificuldades Procedimentais Comuns

O inventário judicial, apesar de ser uma etapa importante, pode ser bastante complicado. Diversos problemas podem surgir ao longo do processo, fazendo com que ele demore mais do que o esperado e que os gastos aumentem.

Um dos problemas mais comuns é o conflito entre os herdeiros. Muitas vezes, há desentendimentos sobre como os bens devem ser divididos ou desconfianças em relação ao inventariante, que é a pessoa responsável por administrar os bens durante o inventário. Essas situações podem levar a disputas judiciais que atrasam bastante o processo.

Outro desafio frequente é a falta de documentação completa ou organizada. Documentos como certidões, registros de imóveis e avaliações de bens são essenciais para o inventário, mas, às vezes, a obtenção desses papéis pode ser demorada e burocrática, o que atrasa ainda mais o andamento do processo.

Além disso, se o falecido deixou dívidas maiores do que o valor dos bens, o inventário pode se complicar bastante. Nessas situações, os credores podem exigir o pagamento dessas dívidas antes que os bens sejam divididos entre os herdeiros, o que pode gerar mais disputas e dificuldades.

A avaliação dos bens também pode ser um ponto complicado, especialmente quando se trata de ativos como imóveis de alto valor, participações em empresas ou obras de arte. Esses itens, muitas vezes, precisam ser avaliados por especialistas, o que pode ser um processo longo e caro.

Por fim, a própria burocracia do sistema judicial pode ser um grande obstáculo. A lentidão dos procedimentos no tribunal, somada ao grande número de processos em andamento e à falta de recursos no sistema, faz com que o inventário judicial possa demorar meses ou até anos para ser concluído. Esse longo período não só causa desgaste emocional para os herdeiros, mas também pode resultar em mais gastos financeiros.

Impedimentos para Realizar o Inventário Judicial

Existem ainda alguns impedimentos que podem dificultar ou até impedir a realização do inventário judicial. Um dos principais obstáculos é a falta de recursos financeiros por parte dos herdeiros, já que o processo envolve uma série de gastos, como contratação de advogado, custas do processo, taxas de avaliação de bens e pagamento de impostos. Em alguns casos, a impossibilidade de arcar com essas despesas pode paralisar o processo.

Outro impedimento significativo ocorre quando um herdeiro falece durante o andamento do inventário. Nessa situação, será necessário abrir um novo inventário para o herdeiro falecido, o que pode complicar ainda mais o processo e prolongar sua conclusão. Além disso, a existência de bens situados em estados diferentes pode aumentar a complexidade e os gastos envolvidos.

Quando há herdeiros menores de idade ou incapazes, o inventário judicial é obrigatório, e todas as decisões devem ser acompanhadas pelo Ministério Público. Isso impõe uma série de medidas judiciais adicionais, o que pode atrasar o processo e aumentar as burocracias.

Conclusão: Como um Advogado Facilita e Economiza Tempo no Inventário Judicial

Diante das complexidades do processo de inventário judicial, a assistência de um advogado especializado em Direito de Família e Sucessões é fundamental para garantir que tudo ocorra de maneira correta e eficiente. Um advogado experiente pode orientar a família na organização dos documentos necessários, mediar disputas entre os herdeiros e guiar o processo de forma a evitar erros que possam gerar atrasos ou gastos adicionais.

Além disso, o advogado tem a capacidade de representar o conjunto de bens e dívidas em todos os níveis do tribunal, assegurando que os interesses dos herdeiros sejam plenamente defendidos.

O apoio de um advogado também é muito importante no cálculo e no pagamento do imposto sobre a herança, uma etapa que pode ser particularmente desafiadora em casos onde há bens de alto valor. Ao garantir que o imposto seja calculado corretamente e pago dentro do prazo, o advogado evita problemas futuros e agiliza a liberação do formal de partilha.

Por fim, ao acelerar a emissão do formal de partilha e garantir a transferência correta dos bens, o advogado economiza tempo e reduz o estresse dos herdeiros, permitindo que o processo seja concluído de forma mais rápida e eficiente.

Portanto, contar com um advogado especializado não é apenas uma questão de facilidade, mas sim uma medida essencial para a condução segura e eficaz do inventário judicial, garantindo que os direitos dos herdeiros sejam plenamente respeitados e que a partilha dos bens ocorra sem maiores dificuldades.

Eduardo Koetz

Eduardo Koetz, advogado inscrito nas OAB/SC 42.934, OAB/RS 73.409, OAB/PR 72.951, OAB/SP 435.266, OAB/MG 204.531, sócio e fundador da Koetz Advocacia. Se formou em Direito na Universidade do Vale do Rio dos Sinos e realizou pós-graduação em Direi...

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